quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Entrevista com Abdias do Nascimento – Brasil de Fato JUL 5




Entrevista – Abdias do Nascimento – comemoração do mês da consciência negra
     A luta pelo reconhecimento dos direitos, a dignidade e a autonomia da população negra tem heróis de muitos países, entre África e Américas. É uma luta tão antiga quanto a diáspora negra produzida pelo vergonhoso comércio de africanos que vigorou no Atlântico por quase quatro séculos. É por se tratar de uma luta de tantos povos, lugares, tempos e pessoas que impressiona tanto conhecer a vida do ativista brasileiro Abdias do Nascimento.
     Ao longo de seus 96 anos, Abdias esteve presente em e participou de inúmeras passagens importantes das lutas negras do século 20, não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na África. Sua vida é ela mesma a própria história da luta negra.
Nasceu em 1914, numa época em que ainda eram extremamente recentes as lembranças da escravidão no país, abolida em 1888. Nos anos 1930, engajou-se numa iniciativa pioneira, a Frente Negra Brasileira, na luta contra a segregação racial nos estabelecimentos comerciais de São Paulo. Por sua militância política, foi preso pela ditadura Vargas.
     Nos anos de 1940, viajou pela América Latina como artista – é escritor, ator e artista plástico – com a Santa Hermandad Orquídea, e fundou o Teatro Experimental do Negro, entidade que organizou a Convenção Nacional do Negro em 1945-46. A iniciativa foi responsável pela formulação de diversas sugestões de políticas públicas para a população negra durante a Constituinte de 1946. Abdias ainda organizou o 1° Congresso do Negro Brasileiro em 1950. Militante do Partido Trabalhista Brasileiro, foi perseguido pela ditadura militar, instalada pelo golpe de 1964.
     Exilado nos Estados Unidos, travou contato com o movimento negro no país, no auge da efervescência do Black Power. Nos anos 1970, participou do movimento pan-africanista e foi professor universitário na Nigéria. Nesse período, atuou em países como Jamaica, Tanzânia, Colômbia e Panamá, mantendo contato com lideranças como Aimé Césaire, Frantz Fanon, Léon Damas, Richard Wright, Cheikh Anta Diop, Léopold Sédar Senghor e Alioune Diop.
     Ajudou a organizar o Movimento Negro Unificado (MNU), fundado em 1978, e, na redemocratização dos anos 1980, voltou ao país, foi eleito deputado federal e, depois, chegou a senador pelo PDT, sempre defendendo projetos em benefício da população negra. Junto com a esposa, Elisa Larkin Nascimento, fundou o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro), atualmente presidido por ela.
     Abdias dá um recado à nova geração de jovens negros militantes: “O conselho que dou para essa juventude é estudar, aprender, conhecer e se preparar para, então, se engajar: agir, criar, interagir e participar da construção das coisas.”




terça-feira, 18 de outubro de 2011

Roteiro de Estudo: Diáspora Africana.

Escravidão moderna e contemporânea.

·         No Brasil, a escravidão começou com os índios. 
·         Mais tarde os portugueses recorreram aos negros africanos, que foram utilizados nas minas e nas plantações.
·         Criam-se novas rotas
·         Surgimento do ideal liberal e da ciência econômica na Europa
·         Lei Eusébio de Queirós
·         Em 1888 a escravidão foi abolida no Brasil

Modo de produção escravista.


·         Os meios de produção e os escravos eram propriedade do senhor.
·         O escravo era considerado um instrumento
·         As relações de produção eram relações de domínio e de sujeição.
·         Um pequeno número de senhores explorava a massa de escravos,
·         Os senhores eram proprietários da força de trabalho, dos meios de produção e do produto de trabalho.

Escravos Africanos na América.

·         A partir da descoberta da América, houve um florescimento da escravidão
·         Cruel e lucrativo comércio de homens, mulheres e crianças entre a África e as Américas
·         O transporte forçado de africanos para as Américas como escravos, durante o período colonialista.
·         A venda de forma desumana e cruel por toda a região da América.


A economia colonial.

·         O Brasil era uma colônia de exploração, dentro do antigo sistema colonial.
·         A perda de uma liberdade administrativa de territórios colonizados, sob posse militar. 
·         A escravidão foi utilizada para que pudessem se organizar economicamente.
·         Existiam dois tipos de escravidão: a vermelha (dos índios) e a escravidão africana.
·         Nessa época não poderia ir contra o sistema de escravidão, pois eram reprimidos de forma violenta
·         Os negros lutavam contra e tentavam a liberdade a todo custo
·         O escravismo chegou ao Brasil por volta de 1531
·         A escravidão no Brasil foi marcada pelo uso de escravos vindos do continente Africano
·         Os escravos trabalhavam na agricultura, com foco na parte açucareira, e na mineração. 
·         Contribuíam com a economia tanto do país, quanto dos senhores de engenho, donos de terras.
·         A África era vista como reserva de mão-de-obra escrava
·         O tráfico foi o principal responsável pelo vazio demográfico que acometeu a África no século 19. 
·         Existiam ciclos econômicos, o que na verdade não corresponde à das economias a dos tempos coloniais.

Povos da África

     Diáspora Africana fenômeno sociocultural e histórico foi a imigração de pessoas que habitavam o continente africano e eram escravas.
     Muitos dos negros que eram escravizados chegavam doentes ou até mesmo mortos depois de longas viagens pelos oceanos. Na América do norte eram utilizados nas plantações de cana de açúcar.
     Todo esse passado nos leva a entender que o negro foi utilizado como ferramenta de trabalho tratado com desumanidade, o povo sofredor que ajudou a construir nosso país e a enriquecer muitos donos de engenho.




(por: Guilherme Henrique)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A escravidão.


     A escravidão  era a prática social em que um ser humano assumia direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual era imposta tal condição por meio da força. Em algumas sociedades, desde os tempos mais remotos, os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. Os preços variavam conforme as condições físicas, habilidades profissionais, a idade, a procedência e o destino.
     Os donos ou comerciantes podiam comprar, vender, dar ou trocar por uma dívida, sem que o escravo pudesse exercer qualquer direito e objeção pessoal ou legal, mas isso não era regra. . A escravidão da era moderna estava baseada num forte preconceito racial, segundo o qual o grupo étnico ao qual pertencia o comerciante era considerado superior, embora já na Antiguidade as diferenças raciais fossem bastante exaltadas entre os povos escravizadores, principalmente quando havia fortes disparidades fenotípicas. Na antiguidade também foi comum a escravização de povos conquistados em guerras entre nações. Enquanto modo de produção, a escravidão assentava na exploração do trabalho forçado da mão-de-obra escrava. Os senhores alimentam os seus escravos e apropriam-se do produto restante do trabalho destes.
     A exploração do trabalho escravo tornou possível a produção de grandes excedentes e uma enorme acumulação de riquezas, contribuindo assim para o desenvolvimento econômico e cultural que a humanidade conheceu em dados espaços e momentos: construíram-se diques e canais de irrigação, exploraram-se minas, abriram-se estradas, construíram-se pontes e fortificações, desenvolveram-se as artes e as letras. Nas civilizações escravagistas, não era pela via do aperfeiçoamento técnico dos métodos de produção que os senhores de escravos procuravam aumentar a sua riqueza; e os escravos, sem qualquer interesse nos resultados do seu trabalho, não se empenhavam na descoberta de técnicas mais produtivas.
(por: Michelle chaves)

O que vem a ser Diáspora?

     O termo diáspora define o deslocamento, normalmente forçado ou incentivado de grandes massas populacionais originárias de uma zona determinada para várias áreas de acolhimento.Em geral diáspora pode significar a dispersão de qualquer povo ou etnia pelo mundo.
     O conceito de diáspora passou a ser utilizado por religiosos e intelectuais ligados às tradições africanas. Assim, também como os judeus, os descendentes de africanos se espalharam pelo mundo. A diferença é que os descendentes de africanos o fizeram, como resultado da escravidão. 
     Uma vez instalados em quaisquer dos continentes, por mais que as tradições fossem represadas ou aniquiladas, os descendentes de africanos davam inicio a um processo de criação, invenção e re-criação, da memória cultural para preservação dos laços mínimos de identidade, cooperação e solidariedade. Nesta rede de interação, as múltiplas culturas africanas que se espalharam pelo mundo, preservaram marcas visíveis dos traços africanos, sendo que, os mais marcantes manifestam-se na música , na dança, na culinária e nas curas. 
     A diáspora africana é uma forma atualizada de traduzir a reflexão do pan-africanismo. Esse é um fenômeno que deve ser analisado pelos aspectos: político, ideológico e econômico. 




(por: Rafael Sodré,  e Victor Affonso)



Voltando as origens da Diáspora Africana.

     O tráfico negreiro foi causador de um dos maiores deslocamentos populacionais da história, entre os séculos XVI e XIX  mais de 12,5 milhões de africanos foram escravizados e exportados para América, Europa e algumas ilhas do oceano atlântico, ao fim da travessia chegaram vivos cerca de 10,7 milhões de africanos. A partir do século XV depois que os portugueses cruzaram o cabo do bojador em 1434 que tudo começou.Nessa época a mão de obra dos africanos não era tão cobiçada os interesses dos europeus era buscar terras, mercados, ouro e buscar uma rota alternativa para o oriente.
     O trabalho escravo dos africanos começou a se difundir após a conquista das ilhas do atlântico ,em São Tomé foi implantado pela primeira vez o modelo de exploração mercantilista baseado na grande propriedade, monocultura e mão de obra escrava.
     Portugal tinha um predomínio quase absoluto no que dizia respeito ao tráfico negreiro, seu primeiro rival foi o Reino de Castela atraído pelo comércio de escravo e pelo ouro recorreu ao papa para reivindicar o direito de também fazer negócio na costa africana  porém sua santidade fez com que Portugal ganhasse a causa, confirmando a primazia dessa nação no continente. Os portugueses permaneceram senhores da costa ao longo do século XVI, quando a conquista da América aumentou significativamente a demanda por escravos.
     Houve mudança da situação no século XVII com o surgimento de concorrência Inglesa e Francesa. Na época o tráfico transatlântico já havia se transformado em uma indústria, que iria crescer cada vez mais até atingir o ápice no século XVIII,seu declínio portanto começou no século XIX, após a proibição do trânsito de navios negreiros no Atlântico.


(por: Kaliane Mavy )